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O Blog do Sol do Sana foi concebido com a finalidade de ser um espaço de troca de ideias, informações e material sobre Educação, viagens, colecionismo,... e ainda sobre o PCCV-MAG de Macaé!

sábado, 7 de janeiro de 2012

A MELHOR E A PIOR COMIDA DO MUNDO

Uma história fantástica, que me serve sempre de inspiração!!

      Há mais de dois mil anos, um rico mercador grego tinha um escravo chamado Esopo.
      Um escravo corcunda, feio, mas de sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou:
       ____ Toma, Esopo. Aqui está esta sacola de moedas. Corre no mercado. Compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo!
       Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:

       ____ Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas porque escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?
       O escravo, de olhos baixos, explicou a sua escolha.
       O que há de melhor que a língua, senhor? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade, da razão.  Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, a idéia dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se encanta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor no mundo, do que a língua, senhor?
       O mercador levantou-se entusiasmado:
       ____ Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Via de novo ao mercado e traz o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.
       Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:
       ____ Hum... Já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior...
       O mercador descobriu o prato e ficou indignado:
        ____ O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado?
       Esopo encarou o mercador e respondeu:
       ____ A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade divide os povos.        É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que mendiga, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre”, “canalha” e “demônio”. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a melhor e a pior de todas as coisas!

Adaptação feita por Pedro Bandeira da peça teatral “A raposa e as Uvas”, de Guilherme Figueiredo.

2 comentários:

  1. Sol, adorei essa história da língua! Vou compartilhar com minha equipe escolar! A propósito a foto do blog também tá show, muito criativa! Além do cara ao seu lado, a outra é a praia de Imbetiba?
    Fico feliz por ter vc de volta, como colega na direção de escolas.Grande abraço!
    Claudia( kakautomaz)

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  2. Sol,adorei o texto, acho que todos nós deveríamos refletir mais sobre o que sai de nossas bocas.
    Gostaria de dizer que sobre o PCCV, não concordo que seja obrigatório o curso de pedagogia para atuar como orientadores educacionais e pedagógicos, já que a especialização não exige pedagogia. Não estou com isso desmerecendo o curso de pedagogia que como educadora valorizo, mas acho que a licenciatura em outras áreas também deve ser valorizada. Abraço.

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